quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013



Não fumo para não dá forma a sujeira que ganho de graça. O ar puro liberado dos peitos inflados, pela boca oca, é o respirar das pessoas no tráfico. É da boca dessas pessoas que respiro, é essa sujeira de graça que a gente tem que engolir, do desentender o outro quando o outro está dentro de si. É fugir sem ter pra quê, é discordar das novas ideias, é desenhar círculos em traços de fogo que não queimam mais. Fumo a mim mesmo, nessa complacência de ideias, devoro-me para matar o eterno desejo da esfinge, suicido-me sem encontrar meu feto em uma caixa de cigarro.




"Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir"




Deus lhe pague.

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